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"Em si, a vida é neutra. Nós a fazemos bela; nós a fazemos feia; a vida é a energia que trazemos a ela". Osho A nossa vida é uma lista de reivindicações, de desejos imediatos, de sonhos e ilusões. É um processo de amadurecimento, um trajeto de altos e baixos, pontos luminosos e zonas de sombras. Uma teia de perdas, mas que nos proporciona uma sucessão de ganhos. Muitas vezes, não sabemos e nem o que desejamos com ela. Às vezes descobrimos que a vida pode ser um dom, cúmplice de um milagre maior. Talvez seja nesse momento que a vida ganha outra dimensão. A prisioneira Etty Hillesum, nas últimas palavras que ela escreve quando é enviada a Auschwitz (onde havia de morrer), testemunha isto: "Saímos do campo de concentração cantando...". De fato, podemos sair da vida de muitas maneiras.
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Contudo, para sair cantando, havemos de ter abraçado o paradoxo, a contradição do que é viver. No fundo, somos passageiros acolhidos numa festividade que tem hora para acabar. Como diz o poeta gaúcho Mário Quintana: "cantemos a canção da vida, na própria luz consumida...". Para alguns, a vida transcorre como um festival de muitas luzes, cores, aromas e fragrâncias. Para outros, as cores são opacas, sombrias e cinzentas. Não há cheiro e nem gosto. Não há prazer e nem desejo. Somente culpa, tristeza, ressentimento e arrependimento. Tudo tão vago... O choro tão aflito. O silêncio (feito de agonias)...Paredes frias... O quarto solitário.
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"Para a flor, o orvalho é festa, E a geada é desprazer - O mais fino mel congelado Não tem valor para a abelha" ( Emily Dickinson). Contudo, buscar a felicidade, ter fé e esperança de que algo mudará em nossas vidas é próprio do ser humano. Vale lembrar Chico Xavier: "a felicidade não entra em portas trancadas". Afinal, qual o caminho da felicidade, da fé e esperança?
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Na teologia cristã, "o caminho da felicidade, da fé e da esperança é quando percebemos que a vida é dom, que é relação, que não é uma ilha, que a nossa vida é fruto de uma dádiva porque recebemos de outro e, ao mesmo tempo, é transmissão dessa chama e desse espírito". São João da Cruz, no seu poema "A noite abre meus olhos", fala da fonte que, no meio da noite, pode iluminar a sede. "De noite iremos, de noite, ao encontro da fonte, porque só a sede nos ilumina". A noite simboliza o precário, a nossa fragilidade, algo que é maior do que nós, do que não tem resposta. A fonte é que possibilita a "abertura dos nossos olhos", quando somos chamados a uma experiência de vida autêntica.
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A última frase do livro Apocalipse diz: "Quem tem sede, aproxime-se e beba gratuitamente".
Por fim, convido você, caro leitor e leitora, a acompanhar meus próximos textos neste espaço do DSM. Serão textos acerca da sede e a coragem de viver, a sede de viajar e buscar o "desconhecido". "Viajar é mudar o cenário da solidão" (Mário Quintana).
Acompanhe-me nesta trajetória por lindos e emocionantes lugares sagrados. Catedrais sagradas. Oração. Paz. Agradecimento. Empatia. Epifania. Várias histórias!!! Apresentarei algumas cidades sagradas: Vaticano, Aparecida do Norte (Brasil), Santiago de Compostela (Espanha) e Fátima (Portugal).
Mãos em prece.